domingo, 5 de julho de 2015

Indígenas no ensino superior: Um panorama


       Esta tese apresentada trata do encontro das politicas publicas voltadas ao ensino superior indígena e a experiência dos acadêmicos, os estudantes Guarani na licenciatura Intercultural indígena do sul da mata atlântica e seus arredores.  O objetivo dessa tese e demonstrar que o ensino superior assim como o Xamanismo, é um loco de interesse desses acadêmicos indígenas. Realizam um esforço vislumbrando a possibilidade de transito entre mundos: O mundo guarani e todas as especificidades culturais e o conhecimento que o compõem, e o não indígena, buscando o conhecimento dos brancos que lhes são apresentados na escola e educação superior.
      Clarisse Rocha de mello, apresentou sua tese junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia social, da Universidade federal de Santa Catarina. (UFSC). Neste capitulo especificamente ela faz um apanhado sobre as politicas publicas voltadas a inclusão indígena no ensino superior no Brasil e destaca alguns pontos sobre esse tema na América latina.
      Assim a autora começa relatando que essa pauta sobre o ensino superior indígena começa a fazer parte da pauta governamental, na década de 90 a partir da constituição de 1988, com a garantia por lei do ensino bilíngue. A formação de professores indígenas torna-se pré-requisito tanto no ensino fundamental como ensino médio. As demandas por ensino superior ganharam destaque através do curso de magistério superior, voltados ao atendimento da necessidade de formação de professores indígenas  para aturem em escolas de sua comunidade.
         A formação superior vem somar na luta por demarcação de terras indígenas e a gestão de territórios indígenas sendo um ferramenta central de acesso aos seus direitos e aos conhecimentos oriundos da sociedade hegemônica, na tentativa de um dialogo intercultural. Diante desse processo de luta pelo acesso ao ensino superior, alguns trabalhos foram produzidos pelo LACED, criticando a ação tutelar do estado sobre as terras indígenas. Por outro lado constatam a preocupação de órgãos governamentais em capacitar indígenas e suas organizações para solicitar recursos de diversas agencias de fomento sendo assim protagonistas desse processo.
        O primeiro levantamento provisório sobre educação superior para indígenas de Souza (2003), foi enfático no sentido de apontar carências  de dados estatísticos oficiais, de qualidade para analisar de fato a realidade da questão. O ensino superior indígena se expande de gradativamente em toda a América latina e é alvo de reivindicações dos movimentos indígenas e recebe atenção por parte dos governos nacionais e agencias internacionais.
         A autora trás dados de toda a América latina, algo que surpreende de como os indígenas conseguiram através de muita luta obter espaços em universidades que até então não era frequentados por indígenas. Mas esmo assim o que se percebe é que ainda há desigualdade no acesso dos indígenas aos serviços educativos. Há uma constatação geral nesses exemplos da América latina, tem a ver com uma suposta garantia de igualdade social como marco das republicas latinos americanas. Mas no cotidiano das instituições predominam politicas sociais de atenção universal, que sustentam as assimetrias e desigualdade.
        A universidade deve ser um espaço de formação qualificada de lideranças para elaborar e gerir projetos em terras indígenas e também para acompanhar o trabalho burocrático que envolve esses processos no nível governamental.
         Os cursos de licenciaturas interculturais indígenas tem sido as principais formas de acesso ao ensino superior juntamente com a reserva de vagas.  Ressalta a autora que as questões ligadas ao conhecimento, a formação dos estudantes indígenas são postergadas  centrando grande parte das discussões no âmbito burocrático.  As politicas voltadas ao povo indígena eclodem em caráter emergencial, seguindo a necessidade de formar professores indígenas para atuarem no ensino fundamental.
      Os magistérios indígenas são criados em algumas experiências de formação duram nove anos. Assim surge a necessidade de formar professores para atuarem nas escolas de nível médio nas escolas indígenas deixando assim um lacuna no ensino superior.

      
       REFRENCIAS:



Melo,  Clarissa Rocha de: Da Universidade à casa de rezas guarani e vice-versa :Reflexões sobre a presença indígena no Ensino Superior a partir da experiência Guarani na Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica/UFSC /Clarissa Rocha de Melo ; orientador, Antonella Imperatriz Tassinari - Florianópolis, SC, 2014. 405 p.

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