Esta tese apresentada trata
do encontro das politicas publicas voltadas ao ensino superior indígena e a
experiência dos acadêmicos, os estudantes Guarani na licenciatura Intercultural
indígena do sul da mata atlântica e seus arredores. O objetivo dessa tese e demonstrar que o
ensino superior assim como o Xamanismo, é um loco de interesse desses
acadêmicos indígenas. Realizam um esforço vislumbrando a possibilidade de
transito entre mundos: O mundo guarani e todas as especificidades culturais e o
conhecimento que o compõem, e o não indígena, buscando o conhecimento dos
brancos que lhes são apresentados na escola e educação superior.
Clarisse Rocha de mello,
apresentou sua tese junto ao Programa de Pós-Graduação em Antropologia social,
da Universidade federal de Santa Catarina. (UFSC). Neste capitulo
especificamente ela faz um apanhado sobre as politicas publicas voltadas a
inclusão indígena no ensino superior no Brasil e destaca alguns pontos sobre
esse tema na América latina.
Assim a autora começa
relatando que essa pauta sobre o ensino superior indígena começa a fazer parte
da pauta governamental, na década de 90 a partir da constituição de 1988, com a
garantia por lei do ensino bilíngue. A formação de professores indígenas
torna-se pré-requisito tanto no ensino fundamental como ensino médio. As
demandas por ensino superior ganharam destaque através do curso de magistério
superior, voltados ao atendimento da necessidade de formação de professores
indígenas para aturem em escolas de sua comunidade.
A formação superior vem
somar na luta por demarcação de terras indígenas e a gestão de territórios
indígenas sendo um ferramenta central de acesso aos seus direitos e aos
conhecimentos oriundos da sociedade hegemônica, na tentativa de um dialogo
intercultural. Diante desse processo de luta pelo acesso ao ensino superior,
alguns trabalhos foram produzidos pelo LACED, criticando a ação tutelar do
estado sobre as terras indígenas. Por outro lado constatam a preocupação de
órgãos governamentais em capacitar indígenas e suas organizações para solicitar
recursos de diversas agencias de fomento sendo assim protagonistas desse
processo.
O primeiro levantamento
provisório sobre educação superior para indígenas de Souza (2003), foi enfático
no sentido de apontar carências de dados
estatísticos oficiais, de qualidade para analisar de fato a realidade da
questão. O ensino superior indígena se expande de gradativamente em toda a
América latina e é alvo de reivindicações dos movimentos indígenas e recebe
atenção por parte dos governos nacionais e agencias internacionais.
A autora trás dados de
toda a América latina, algo que surpreende de como os indígenas conseguiram
através de muita luta obter espaços em universidades que até então não era
frequentados por indígenas. Mas esmo assim o que se percebe é que ainda há
desigualdade no acesso dos indígenas aos serviços educativos. Há uma
constatação geral nesses exemplos da América latina, tem a ver com uma suposta
garantia de igualdade social como marco das republicas latinos americanas. Mas
no cotidiano das instituições predominam politicas sociais de atenção
universal, que sustentam as assimetrias e desigualdade.
A universidade deve ser um
espaço de formação qualificada de lideranças para elaborar e gerir projetos em
terras indígenas e também para acompanhar o trabalho burocrático que envolve
esses processos no nível governamental.
Os cursos de licenciaturas
interculturais indígenas tem sido as principais formas de acesso ao ensino
superior juntamente com a reserva de vagas.
Ressalta a autora que as questões ligadas ao conhecimento, a formação
dos estudantes indígenas são postergadas
centrando grande parte das discussões no âmbito burocrático. As politicas voltadas ao povo indígena
eclodem em caráter emergencial, seguindo a necessidade de formar professores
indígenas para atuarem no ensino fundamental.
Os magistérios indígenas são
criados em algumas experiências de formação duram nove anos. Assim surge a
necessidade de formar professores para atuarem nas escolas de nível médio nas
escolas indígenas deixando assim um lacuna no ensino superior.
REFRENCIAS:
Melo, Clarissa Rocha de: Da Universidade à casa de
rezas guarani e vice-versa :Reflexões sobre a presença indígena no Ensino
Superior a partir da experiência Guarani na Licenciatura Intercultural Indígena
do Sul da Mata Atlântica/UFSC /Clarissa Rocha de Melo ; orientador, Antonella
Imperatriz Tassinari - Florianópolis, SC, 2014. 405 p.
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